Espécies acabaram '"batizando" o ecossistema. No Dia Mundial de Proteção aos Manguezais conheça as três espécies que levam 'mangue' no nome popular, mesmo pertencendo à famílias diferentes.
Por Giulia Bucheroni, Terra da Gente
Hoje, dia 26 de julho, é lembrado o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, uma zona de transição entre o ambiente marinho e o terrestre, típica de regiões tropicais e subtropicais, formada por árvores cujo nome popular inspira o nome desse ecossistema rico em biodiversidade.
Pela característica adversa de unir mar e terra, a área abriga espécies específicas, aptas a sobreviver e se desenvolver em um habitat um tanto quanto diferente, com água salobra ou salgada e pouca oferta de oxigênio. É o caso dos mangues, espécies de árvore de famílias diferentes, mas que levam nomes populares parecidos, distinguidos somente por cores.
Nome do mangue-vermelho diz respeito à cor de sua casca ao ser raspada — Foto: Ciro Porto/TG
O mangue-vermelho (Rhizophora mangle), por exemplo, possui casca lisa e clara que quando raspada revela a cor da espécie. A característica mais marcante da árvore são as raízes que ficam expostas e são capazes de se fixar ao substrato e sustentar os mangues.
As cascas e as raízes de mangue foram amplamente utilizadas para curtir e tingir de vermelho produtos de couro, assim como as velas dos barcos dos pescadores, oferecendo maior durabilidade. O mangue-vermelho tem, ainda, propriedades antimicrobianas
Outra espécie que compõe esse curioso ecossistema é o mangue-preto (Avicennia schaueriana): o tronco castanho-claro ‘esconde’ a cor amarelada da madeira. Diferente do vermelho, essa espécie possui raízes que crescem escondidas no solo, de forma lateral, formando uma base forte para sustentar a árvore.
Guará vive em manguezais e se destaca pela tom das penas — Foto: Rudimar Narciso Cipriani
Os primeiros colonizadores espanhóis utilizavam o sal excretado pelas folhas do mangue-preto para dar sabor à sopas e ensopados. Depois, a casca da árvore passou a ser ingrediente de chás poderosos no tratamento de úlceras e hemorroidas. Ela também possui repelentes naturais contra mosquitos, que, pelo uso prolongado, podem irritar a pele.
Para fechar a ‘cartela de cores’ dos manguezais está o mangue-branco (Laguncularia racemosa), cuja casca também é usada para tratamentos terapêuticos.
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