quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Pesquisadores do IP esclarecem a presença de tubarões no Litoral Norte paulista

 


A população e os turistas do Litoral Norte de São Paulo, nas últimas semanas, têm vivenciado um misto de dúvida e curiosidade, em virtude de um turista francês de 59 anos, no início do mês, na Praia de Lamberto, e uma senhora de 79, na última segunda-feira, na Praia Grande, ambas em Ubatuba (SP), terem sido vítimas de investida de tubarões. Há cerca de 30 anos não ocorriam casos de tubarão na região, segundo o Instituto Argonauta, organização que realiza monitoramento em na cidade desde 1998. 

Para o pesquisador científico do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Alberto Ferreira de Amorim, um dos mais experientes especialistas em elasmobrânquios em São Paulo e no Brasil, ainda que tenham sido ocorrências seguidas, “no mundo ocorrem cerca de 50 mortes anuais causadas por investidas de tubarão. Já os acidentes são em maior número e podem ou não ser fatais”. 

O pesquisador do IP explica que o aumento das temperaturas no litoral atrai mais visitantes, resultando em maior movimento nas águas. Nesses casos, se os tubarões se aproximam das áreas dos banhistas, podem confundir a agitação das pessoas com presas.

Outro pesquisador científico do IP, que colaborou na elaboração da nota do Instituto Argonauta, do qual faz parte no Conselho Diretor, Venâncio Guedes de Azevedo, diz que “o comportamento destes animais faz com que algumas espécies venham para áreas mais rasas nas épocas quentes do ano, para dar cria e se alimentar. Sempre fizeram isso. Logicamente, com o crescente aumento do número de pessoas frequentando o litoral, existe a possibilidade do aumento do encontro com esses animais no mesmo ambiente, e isso não necessariamente implica que ocorrerá interação entre eles. A ocorrência de investidas é bastante esporádica e a população não deve entrar em pânico devido ao ocorrido em Ubatuba”, afirma.

Os dois cientistas contribuíram com conhecimentos e experiências da área para a elaboração de conteúdo do livro “Encontros e desencontros com tubarões e raias: uma história (não) contada por pesquisadores brasileiros”, o qual, de acordo com Azevedo, “registra os esforços e valoriza a experiência adquirida por quem tem se dedicado a estudar estes animais”, muitas vezes tido como vilões, mas que na verdade têm sido vítimas de pesca não sustentável.

Relatório técnico

De acordo com um relatório técnico – disponibilizado à família da senhora ferida, ao Instituto Argonauta e demais interessados – elaborado pelo especialista do Laboratório de Pesquisa de Elasmobrânquios da Universidade Estadual Paulista, Otto Bismarck Fazzano Gadig, “...o agente causador do trauma foi uma espécie de tubarão de médio a grande porte, com cabeça arredondada, focinho curto (morfologia acompanhada pelo contorno do maxilar superior), de boca proporcionalmente larga em relação ao comprimento, dentes largos, serrilhados, moderadamente recurvados e com espaçamento interdental (considerado aqui entre as pontas dos dentes) igual ou maior do que a altura da coroa dos dentes (sobretudo na região frontal e lateral da mandíbula)”.

Bismark ainda relata no documento que as características sugerem ser de duas espécies: tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) e tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas), que fazem parte da fauna da região costeira, tendo comportamento natural em seus hábitos de busca por alimento e reprodução.


Informações

Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
imprensa@agricultura.sp.gov.br
Instituto de Pesca
(11) 3871-7513 / 7512 / 7511
cecomip@pesca.sp.gov.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

UM CEMITÉRIO DE TECIDOS E ROUPAS NO MEIO DO DESERTO DE ATACAMA - CHILE

 

É impossível ignorar o custo ambiental da fast moda vendo essas imagens.
Um cemitério têxtil com roupas de fast-fashion chamou atenção do mundo essa semana. Pelo menos 39 mil toneladas de roupas foram descartadas no deserto do Atacama, no Chile.




Segundo um relatório da AFP, a enorme montanha de roupas consiste em peças feitas na China e em Bangladesh que chegam às lojas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Quando as peças não são compradas, são levadas ao porto de Iquique, no Chile, para serem revendidas a outros países da América Latina.




Alex Carreno, um ex-funcionário da seção de importação do porto de Iquique, disse à AFP que as roupas "chegam de todas as partes do mundo". Disse também que, como ninguém paga as tarifas necessárias para retirá-lo, “o que não é vendido a Santiago nem enviado a outros países fica na zona franca” e acaba indo para essa região.



De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a indústria da moda produz 10% de todas as emissões de carbono da humanidade, é o segundo maior consumidor de abastecimento de água e a sétima maior economia do mundo. Em 2018, a indústria da moda também consumiu mais energia do que as indústrias de aviação e navegação juntas.
Fotos: @martinbernetti_photojournalist para A

FONTE...........MIDIA NINJA VIA FACEBOOK

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

As fascinantes imagens do eclipse lunar parcial mais longo em 580 anos

 

Eclipse lunar parcial no Japão; em primeiro plano, Castelo de Gifu — Foto: Reuters via BBC

O eclipse lunar mais longo dos últimos 580 anos ocorreu nesta sexta-feira (19) e fez muitos brasileiros acordarem no meio da noite para assistir ao fenômeno.

No entanto, em algumas partes do país, as chuvas acabaram frustrando os planos dos madrugadores.

Vídeo mostra timelapse do eclipse lunar parcial mais longo visto em Tóquio
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Vídeo mostra timelapse do eclipse lunar parcial mais longo visto em Tóquio

Segundo a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, a duração total do eclipse lunar parcial foi de 3 horas, 28 minutos e 23 segundos, o mais longo desde 18 de fevereiro 1440, que durou 23 segundos a mais.

Fenômeno igual a esse, porém de maior duração, só vai ocorrer em 8 de fevereiro de 2669, acrescentou a agência.

Eclipse lunar parcial em Tóquio; em primeiro plano, torre de observação Skytree — Foto: Reuters via BBC

Eclipse lunar parcial em Tóquio; em primeiro plano, torre de observação Skytree — Foto: Reuters via BBC

Mas quem perdeu a oportunidade de observar o fenômeno pode se contentar com uma boa notícia: daqui a menos de um ano, em 8 de novembro de 2022, acontecerá um eclipse lunar total, durante 3 horas e 40 minutos.

No auge do fenômeno desta sexta-feira, a Lua teve mais de 97% de sua superfície coberta pela sombra da Terra e ganhou uma aparência avermelhada.

Eclipses parciais são mais frequentes do que eclipses totais, ainda que menos espetaculares.

O fenômeno pôde ser visto em toda a América do Norte, bem como em grandes partes da América do Sul, Polinésia, leste da Austrália e nordeste da Ásia.

Segundo a Nasa, o eclipse parcial começou por volta das 4h19 de Brasília, e durou pouco mais de 3h. Porém, ele pôde ser observado uma hora antes, quando a Lua entrou na penumbra da Terra (parte externa da sombra). Nesse momento, o satélite escureceu, ainda que de forma sutil.

Eclipse lunar parcial em Washington DC; em primeiro plano, Monumento a Washington — Foto: Reuters via BBC

Eclipse lunar parcial em Washington DC; em primeiro plano, Monumento a Washington — Foto: Reuters via BBC

O pico aconteceu por volta das 6h, mas, como a Lua já estará abaixo do horizonte no Brasil, não foi possível mais vê-la.

O eclipse foi mais visível na região Norte do que no Sul do país.

Origem e cor vermelha

Eclipse lunar parcial em Daka, capital de Bangladesh — Foto: EPA via BBC

Eclipse lunar parcial em Daka, capital de Bangladesh — Foto: EPA via BBC

Um eclipse lunar ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham de forma que a Lua passa pela sombra da Terra. Em um eclipse lunar total, a Lua inteira fica coberta pela sombra da Terra, chamada de umbra.

Durante o fenômeno, a Lua adquire uma coloração avermelhada.

O fenômeno, chamado Dispersão de Rayleigh, é o mesmo que explica "por que o céu azul e o pôr do sol vermelho", segundo a Nasa.

"A luz viaja em ondas e diferentes cores de luz têm diferentes propriedades físicas. A luz azul tem um comprimento de onda mais curto e é espalhada mais facilmente por partículas na atmosfera da Terra do que a luz vermelha, que tem um comprimento de onda mais longo. A luz vermelha, por outro lado, viaja mais diretamente pela atmosfera", diz a Nasa em seu site.

"Quando o Sol está acima, vemos uma luz azul em todo o céu. Mas quando o Sol está se pondo, a luz do sol deve passar por mais atmosfera e viajar mais longe antes de atingir nossos olhos. A luz azul do Sol se espalha e a luz vermelha, laranja e amarela de comprimento de onda mais longo passa."

"Durante um eclipse lunar, a Lua fica vermelha porque a única luz solar que atinge a Lua passa pela atmosfera da Terra. Quanto mais poeira ou nuvens na atmosfera da Terra durante o eclipse, mais vermelha a Lua aparecerá. É como se todos os amanheceres e entardeceres do mundo fossem projetados na lua", acrescenta a agência.

Eclipse lunar parcial na província de Panamá Oeste, no Panamá — Foto: EPA via BBC

Eclipse lunar parcial na província de Panamá Oeste, no Panamá — Foto: EPA via BBC

Durante o eclipse, a Lua se move pela parte ocidental da constelação de Touro.

Dessa forma, um observador mais atento pode ver o aglomerado de estrelas das Plêiades no canto superior direito, e o aglomerado de Hyades — incluindo a estrela brilhante Aldebaran, o olho do touro — no canto inferior esquerdo.


FONTE..................https://g1.globo.com/