terça-feira, 20 de julho de 2021

A BAILARINA

 

Luisa Coelho  VIA   FACEBOOK
  
Gillian era uma criança de sete anos e não conseguia ficar sentada na escola. Ela levantava-se constantemente, distraía-se, voava com os pensamentos e não seguia as lições. Os seus professores ficavam preocupados, castigavam-na, repreendiam-na, recompensavam-na.... mas nada.
Gillian não sabia ficar sentada e não conseguia ficar atenta.
Quando chegava a casa, a mãe também a castigava. A mãe considerava que não podia fazer nada com o comportamento da menina. E, assim, Gillian não só sentia a escola como um lugar de punição, como também sentia a sua própria casa como se fosse um castigo. Sentia-se humilhada e triste. Sentia que era diferente e distante de todos os aplausos e louvores.

Um dia, a Mãe de Gillian foi chamada para ir à escola. A senhora, triste, como quem esperava notícias desagradáveis, levou a menina pela mão e seguiu para a escola aguardando na sala que lhe fora indicada.
Sem a presença da criança, os professores falaram de uma doença, de um distúrbio evidente da menina, de algo que se passava com Gilliam que não era normal e que não lhe permitia aprender.
Entretanto, durante a entrevista, aparece um antigo professor que conhecia a menina e a sua história. Então, solicita a todos os adultos, mãe e colegas, que o seguissem até um quarto, onde tinha deixado Gillian sozinha, dizendo-lhe que tivesse paciência que voltaria num instante. Tinha ligado um rádio velho com música de fundo.
Sem que ela se apercebesse que estava a ser observada, e sentindo-se sozinha na sala, imediatamente se levantou e começou a mover-se para cima e para baixo perseguindo com os pés e coração a música no ar. O velho professor sorriu e, enquanto os colegas e a mãe a olhavam entre o perplexo, o compassivo, o incrédulo,... ele exclama:
′′Vejam, a Gillian não está doente, a Gillian é uma bailarina!”.
Aconselhou, então, a mãe a matriculá-la numa aula de dança e aos colegas disse-lhes que a fizessem dançar de vez em quando nas suas aulas.
A menina foi à sua primeira aula e, quando chegou a casa, só disse à mãe: ′′São todos iguais a mim, ninguém consegue ficar sentado!“
Em 1981, depois de uma linda carreira de bailarina, depois de abrir a sua academia de dança, depois de receber reconhecimento internacional pela sua arte, Gillian Lynne foi a coreógrafa do musical Cats.
Um beijo para todas as crianças diferentes. Desejo que encontrem no seu caminho adultos capazes de as acolher pelo que são e não pelo que os outros pensam que lhes falta.
- Marion Nugnes

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