quinta-feira, 21 de abril de 2022

O Jovem Candido Rondon na queda do Brasil Império

 

19 de abril às 10:57 

Filho do Português Cândido Mariano da Silva e da Mestiça Claudina Freitas Evangelista, nasce no ano de 1865 em Mimoso, Candido Mariano da Silva Rondon. Tendo ainda muito jovem ingressado à carreira militar, foi o maior sertanista brasileiro de todos os tempos, responsável pela ligação do Norte e Centro-Oeste ao litoral, via telégrafo e o mais consagrado indigenista de nossa história. Rondon é o patrono das comunicações brasileiras.
“É minha ascendência materna indígena – índios terena e bororo. Com os guaná de quem descendia minha avó paterna, Maria Rosa Rondon, são três as tribos de que descendo.
Eram meus bisavós maternos, pais de minha avó materna, Constantino de Freitas, de origem portuguesa, e Maria de Freitas, mestiça terena, nascida em Miranda."
Órfão de pai (que não chegou a conhecer) e mãe (falecida dois anos e meio depois de seu nascimento) aos sete anos, em 1873, deixou Mimoso e mudou-se para Cuiabá, onde passou a ser criado por seu tio, Manoel Rodrigues da Silva. Iniciou seus estudos no mesmo ano, na escola particular de Mestre Cruz. No ano seguinte matriculou-se na escola pública do professor João Batista de Albuquerque. Completou o curso primário na escola do professor Francisco Ribeiro da Costa, mestre Chico, em 1878.
Em 1881, aos 16 anos, conclui o curso de professor no Liceu Cuiabano e foi nomeado para o cargo. Em 26 de novembro de 1881 sentou praça como soldado raso, sendo destacado para o 3° Regimento de Artilharia a cavalo, no quartel do antigo acampamento Couto Magalhães, em Cuiabá.
Em 31 de dezembro de 1881, iniciou seus estudos na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em 1884 começou o seu curso superior na mesma escola militar.
No ano seguinte, matriculou-se no curso de cavalaria e infantaria, concluindo-o no mesmo ano. Em 1887 terminou o curso de artilharia e em 1888, ao encerrar o curso de estado-maior de primeira classe, foi promovido a alferes-aluno.
Em março de 1889, ingressou na então Escola Superior de Guerra, onde ensinava Benjamim Constant Botelho de Magalhães, líder republicano e positivista, de quem se tornou aluno e seguidor. A influência de Benjamim Constant na formação de Rondon foi muito forte, principalmente quanto ao positivismo, doutrina que Rondon adotou e seguiu por toda a vida.
Teve participação no movimento que depôs a Monarquia em 15 de novembro de 1889, cujo apoio ele relata em seu diário:
"Estava cheio o quartel. Chegamos na ocasião em que era arrombada a Arrecadação. Pedi logo um dos revólveres nagan que estavam sendo distribuídos – arma que conservo, com a que me ofereceu Roosevelt, verdadeiras peças de museu.
Escolheu Benjamin Constant para portadores de tão importante mensagem os dois discípulos em quem mais confiava – os discípulos amados – Fragoso e eu. Seríamos a ligação entre a ‘Brigada Estratégica’ rebelada e os oficiais revoltados da Armada.
As 4 horas partimos em cavalos escolhidos para uma galopada de São Cristóvão ao Clube, no largo do Rossio.
O dia despertava. Súbito, tingiu-se o oriente sob uma chuva de ouro, pálida a princípio e depois cada vez mais rubra... e sobre essa cortina surgiria em breve o sol a iluminar um novo dia, a iluminar pela primeira vez a República brasileira."
Em dezembro de 1889, recebeu o título de engenheiro militar e de bacharel em matemática e ciências físicas pela Escola Militar. Promovido a alferes no dia 4 de janeiro de 1890, três dias depois ascendeu ao posto de primeiro-tenente “por serviços relevantes à República”.
Nomeado em seguida professor substituto de astronomia e mecânica da Escola Militar por indicação de Benjamim Constant, Rondon decidiu que antes de assumir o cargo aceitaria o convite que lhe fora feito para desempenhar, em Mato Grosso, as funções de ajudante do major Antônio Ernesto Gomes Carneiro, chefe da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas empenhada em construir a ligação entre Cuiabá e a margem esquerda do Araguaia, divisa com o estado de Goiás, iniciando sua vida de sertanista e desbravador" Fonte: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969

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