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DE DESSCOBRIMENTO DA AMÉRICA
O fim da idade média trouxe consigo diversas mudanças de perspectiva, a queda do maior pólo econômico que existira, Constantinopla, e sua dominação pelos muçulmanos, gerou um movimento de expansão de reinos ocidentais cujo objetivo era aumentar seu poder e explorar territórios sem donos (e as vezes com dono), para que uma maior independência pudesse cercar seus domínios, e a resistência contra possíveis oponentes fosse mais segura. Tendo isso em mente, um período de grandes navegações alcançaram seu apogeu, em busca de rotas comerciais e territórios, dando origem a diversos descobrimentos até então não catalogados.
O uso do termo ‘’descobrimento’’ gera bastante debate por historiadores, filósofos e sociólogos, mas hoje acredita-se que o termo não seja o mais apropriado, uma vez que Cristóvão Colombo não estava em busca de novas terras ao chegar na America, e sim, da Ásia para traçar novas rotas comerciais. A idéia de descobrimento veio somente no século XVI, quando alguns autores davam sua interpretação sobre o ocorrido, e por mais que não fosse seu objetivo inicial, após a façanha, logo os europeus trataram de se organizar para explorar a nova região. Outro ponto para se levantar sobre o termo, é de que a América não precisava dos europeus para existir, uma vez que o continente já era habitado por milhares de pessoas de centenas de culturas diferentes, e algumas com grande grau de sofisticação.
Por conta dessas discussões, alguns historiadores passaram a utilizar outros termos como ‘’conquista da América’’ ou ‘’Invasão da América’’, que por mais que seja talvez o mais adequado para descrever os acontecimentos, o termo mais utilizados em materiais didáticos ou obras históricas continua sendo o Descobrimento da América, que também pode significar não necessariamente que a terra fora descoberta para o mundo, mas sim para as sociedades europeias e orientais. Vale a pena também fazer uma menção a Leif Eriksson, um explorador viking que liderou uma pequena expedição de 35 homens no século X, e teria chego a região correspondente ao Canadá, mas pelo que se sabe, o pequeno numero de pessoas levadas não conseguiu estabelecer assentamentos na América devido ao seu território hostil, lembrando que ainda era o século X, devido ao fato, considera-se Eriksson o primeiro europeu a pisar na América.
Falando da chegada de Colombo em 1492, por mais que em tese fora algo ‘’sem querer’’, acabou por ser um momento de quebra de fronteiras, onde o homem teria conseguido pela primeira vez atravessar o Oceano Atlântico e desbravar o mesmo. As grandes navegações foram um advento possibilitado pelas melhorias tecnológicas marítimas, que surgiram por volta do século XIII e XIV com o intuito de fortalecimento econômico, sobretudo, a busca por especiarias na índia, e rotas para alcançar seu destino de modo mais rápido e viável, o motivo para essas novas rotas, foi o fechamento de rotas comerciais de Constantinopla pelos otomanos em 1453, esse bloqueio era exclusivo para povos europeus cristãos.
Nesse contexto, Cristóvão Colombo era um navegante genovês, que iniciou sua carreira na década de 1470, e era um defensor ferrenho da esfericidade da terra, e desde a década de 1480 procurava financiadores para suas expedições que tinham objetivo de mapear a terra e encontrar as terras e povos da Ásia, até que em 1490 os espanhóis decidiram financiar sua empreitada.
Como defendia a terra esférica, acreditava ser possível alcançar a índia através de uma navegação pelo oeste, entretanto, mal sabia Colombo, que no meio de sua expedição encontraria uma nova porção de terra, muito maior do que a própria Europa, e em 1492 no dia 3 de agosto, partiram da Espanha rumo ao oeste.
Ao longo de sua viagem, vários problemas aconteceram, como sede e fome devido a demora de alcançar novas terras, pois Colombo não sabia do tamanho do atlântico, acreditando que era menor e mais estreito, e que em poucas semanas encontraria terra.
No dia 12 de outubro de 1492, Colombo e seus homens desembarcaram em uma ilha chamada pelos indígenas de Guanahani, mas Colombo a renomeou-a como San Salvador, e um fato curioso é que não se tem certeza de qual seria essa ilha hoje, mas sabe-se que fica em algum local nas Bahamas. Animado pela descoberta dessas ilhas, seguiu explorando e chegou a outra região que recebeu o nome de Hispaniola, onde conheceu um dos chefes de estado local, Guacanagari, mantendo um pacifico contato, que o possibilitou de realizar a construção de um forte chamado Navidad na ilha, onde deixou 39 homens.
Apesar de Colombo ter mantido contato amigável com os nativos, é registrado em seu diário de bordo que alguns nativos foram levados para serem convertidos ao cristianismo e depois devolvidos a ilha, numa tentativa de arcaica de catequizar a região. Após deixar Hispaniola, rumou na direção da ilha de Cuba, onde renomeou-a para Juana, e após isso voltou para Espanha, desembarcando em 1493 e sendo recebido como um herói e desbravador, o problema foi que o mesmo não era tido como um ‘’descobridor’’ por um fato inusitado, era acreditado que Colombo havia chegado a índia, e não à um novo continente, por esse motivo os nativos locais foram nomeados como ‘’Índios’’.
A partir desse ponto, sabendo da realização da façanha dos espanhóis, os português trataram de iniciar suas próprias campanhas de explorações, e diversos acordos políticos passaram a acontecer como o próprio tratado de Tordesilhas, que dividiam as terras americanas entre espanhóis e portugueses. Destaca-se aqui a mudança de comportamento por parte dos colonizadores espanhóis, que tinha sido pacifica e amigável com os nativos em seu primeiro encontro, mas após alguns anos, retornaram em numero muito maior de homens, conquistando diversos territórios indígenas, convertendo a maioria ao cristianismo, e aqueles que se recusavam eram escravizados ou mortos.
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