sexta-feira, 1 de julho de 2022

A Participação de Floriano Peixoto no fim da Monarquia Brasileira

 

29 de junho às 17:17  VIA  FACEBOOK 
A Participação de Floriano Peixoto no fim da Monarquia Brasileira
O Último Gabinete do Brasil Império
nomeou para o cargo de ajudante-general do Exército, o alagoano Floriano Peixoto (1839-1895), soldado ilustre, veterano da guerra do Paraguai, em que muito se distinguira, e vinculado, tradicionalmente, ao Partido Liberal. Como Deodoro, também
fizera a campanha contra Lopez de fio a pavio. Voltara tenente-coronel.

Estava, ausente da Côrte e da caserna, quando se processaram os acontecimentos da "questão militar". Embarca para a Côrte, no último navio de novembro de 1888, mas só se apresenta para o serviço a 31 de janeiro de 1889. A 10 de junho é nomeado para exercer, interinamente, o cargo de ajudante-general e logo no mês seguinte é promovido a marechal de campo.
Voltando às fileiras após uma longa ausência, fôra recebido como um filho pródigo. Punham o visconde de Ouro Prêto e o visconde de
Maracaju tôda a sua confiança em Floriano Peixoto. Mas o novo marechal de campo era já um descrente da monarquia. Floriano era secretamente um Republicano desde 1871, e a muito tempo era partidário do fim do regime Monarquico
Escrevia Floriano Peixoto, de
Alagoas, a um dos seus amigos, o tenente-coronel João Neiva de Figueiredo: "Vi a solução da questão da classe, excedeu sem dúvida a expectativa de todos. Fato único, que prova exuberantemente a podridão que vai por êste pobre país e, portanto, a necessidade da ditadura militar para expurgá-la. Como liberal, que sou, não posso querer para o meu país o govêrno da espada; mas não há quem desconheça, e aí estão os exemplos, de que êle é que sabe purificar o sangue do corpo social, que como o nosso está corrompido"
Floriano foi um participante ativo da Proclamação da República, recusando-se a comandar a resistência imperial ao golpe de Estado de Deodoro da Fonseca, seu amigo de longa data, a quem chamava de "Manuel". Tranquilizou o Gabinete Ouro Preto das suspeitas de uma conspiração golpista nos quartéis, fundamental para o elemento surpresa no fatídico dia.
No governo provisório ascendeu ao posto mais alto do Exército Brasileiro em 1890, tornou-se Ministro da Guerra no mesmo ano.
No dia 15 de Novembro de 1889 ao observar as Tropas de Deodoro da Fonseca, declarou o Último Ministro do Brasil Império, o Visconde de Ouro Preto, a Floriano Peixoto: "Falou muito a propósito na guerra do Paraguai. Sei que ali o senhor era um valente e tomava bôcas-de-fogo! Faça o mesmo, tomando aquelas que ali estão ..."
Respondeu Floriano - "As bôcas-de-fogo do Paraguai eram inimigas ... Aquelas que Vossa Excelência está vendo são brasileiras. E antes de tudo eu sou um soldado da nação. Os galões que tenho nos punhos foram ganhos nos campos de batalha e não por serviços • prestados aos ministros ..."
Da simples resistência passiva, Floriano passava aos poucos .a uma atitude de hostilidade ao ministério. A autoridade de Ouro Prêto era simplesmente nominal. Ninguém obedecia ao velho homem de Estado.
Após se tornar o Marechal de Ferro e Consolidador da Republica, Floriano Peixoto tentou se justificar das acusações de "Traidor da Monarquia" pois apesar de ser homem de confiança de Ouro Preto, favoreceu a causa dos republicanos, que êle percebera
sairia vitoriosa se Deodoro fôsse bem sucedido na sua quartelada. E que essa atitude se explicava com os seus sabidos sentimentos republicanos.
Cabe citar um artigo que Salvador de Mendonça escreveu em 1913 no jornal "O Imparcial", do Rio de Janeiro, dizendo que o futuro "Marechal de Ferro" tinha sido, quando ainda Tenente-coronel, um dos signatários de um documento secreto elaborado em 1871, de adesão ao Partido Republicano, fato que seria implicitamente confirmado por Quintino Bocaiúva quando, referindo-se a Floriano, dizia que "a nossa afinidade vem de longe"
De acordo com o Historiador Heitor Lyra, acusar Floriano de traição por não ter obrigado as fôrças governistas a saírem em defesa do Ministério não parece, igualmente, procedente, porque neste caso uma igual acusação podia ser feita aos comandantes dessas forças, a começar pelo General Almeida Barreto, que comandava a Brigada Mista, o General Barão do Rio Apa, irmão do Ministro da Guerra, que comandava a l.ª Brigada, e em segundo plano os comandantes dos corpos auxiliares - Polícia e Bombeiros da Côrte, Marinha, Polícia da Província do Rio ( fôrça tida como da confiança do irmão de Ouro-Prêto, presidente dessa Província), em suma, "todos que vestiam farda e se puseram ao lado da causa da República", como dirá um dêsses, o então major e depois deputado Oliveira Valadão ( inclusive êle próprio), "porquanto haviam jurado defender o regime monárquico adotado na Constituição do Império.
A presidência de Floriano foi marcada por inúmeros conflitos internos no Brasil, a Revolução Federalista e a Revolta da Armada, durante sua presidência, seus apoiadores criaram um movimento político de orientação positivista denominado “Florianismo” em que Floriano assumiu a defesa de seu governo como se a sobrevivência da República dependesse exclusivamente dele. Lançou então uma ditadura de salvação nacional. Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora. Foi o primeiro presidente do Brasil a ter sua imagem associada ao Messianismo Político. Grande parte de seus apoiadores eram membros da corrente jacobina, que manifestavam sua admiração ao presidente nos jornais e nas ruas. Para eles, Floriano era o “Salvador da República”
A dura repressão imposta aos revoltosos fez com que Floriano se tornasse conhecido como o “Marechal de Ferro”.
Fonte: História da Queda do Brasil Império. Heitor Lyra

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