Amante do Imperador Dom Pedro I com quem teve 4 filhos. Domitila de Castro Canto e Melo teve grande influência na corte do Primeiro Reinado do Brasil Império, se envolvendo na queda dos Andradas, no fechamento da Assembleia Constituinte e nas negociações diplomáticas pelo reconhecimento da Independência.
Filha de João de Castro Canto e Melo, o primeiro visconde de Castro e de Escolástica Bonifácia de Oliveira e Toledo Ribas, pertencia a uma tradicional família "quatrocentona" paulista, sendo neta do coronel Carlos José Ribas, e tetraneta de Simão de Toledo Piza, patriarca da família em São Paulo.
Em 1822, Domitila conheceu Dom Pedro de Alcântara (1798–1834) dias antes da proclamação da Independência do Brasil, em 29 de agosto de 1822.
Domitila não foi a única amante de D. Pedro, mas foi a mais importante e a que mais tempo se relacionou com ele. A favorita do imperador não somente superava em títulos nobiliárquicos suas pares europeias, como a distribuição de títulos não se limitava apenas à cortesã, mas era estendida à família:
O pai de Domitila foi feito visconde de Castro, o cunhado Boaventura recebeu o título de barão de Sorocaba, todos os irmãos foram feitos gentis-homens do paço, um deles recebeu a patente de coronel, e dois primos passaram ao cargo de guarda-roupas do Imperador.
O ápice da influência de Domitila como dama da corte pode ser verificado nos acontecimentos de julho de 1825, quando a marquesa intermediou as negociações de Sir Charles Stuart, diplomata britânico e plenipotenciário de d. João VI, encarregado de acertar os detalhes do tratado para o reconhecimento da independência do Brasil. “Stuart visitou Domitila primeiro, antes de se avistar com a imperatriz” (Idem), e, segundo o inglês, Domitila teria sido a responsável por convencer o imperador a aceitar determinados termos do tratado.
Entre os feitos de Domitila, um deles parece ser o que reflete um dos aspectos mais significativos de sua personalidade, o gosto pelo poder e pelos locais onde ele se concentrava. Alberto Rangel (1928), nos apensos de seu livro Dom Pedro Primeiro e a Marquesa de Santos, conta que Domitila teria sido apresentada à maçonaria pelo próprio imperador, e permaneceu com essa prática, frequentando uma loja maçônica de adoção de senhoras.
De acordo com o memorialista, Antônio de Menezes Vasconcelos de Drummond não só Domitila teria sido quem mais “serviu nesta empresa” de dissolver a Constituinte, como “teria recebido doze contos de réis” em prêmio pelo seu trabalho. Em que pese se tratar de um desafeto da favorita, segundo o qual “esta [é] mulher, que tantos males causou ao Brasil”, o autor afirma ter visto e lido tais informações em uma carta escrita pela imperatriz Leopoldina a José Bonifácio de Andrada, por volta de novembro ou dezembro de 1824 (DRUMMOND, 1836, p. 99). Mas Drummond não era e nem seria o único a acusar Domitila de tirar vantagens financeiras de sua posição com o imperador.
O que vale notar neste relato é que nem seus inimigos tinham dúvida de seu poder político nas decisões de estado, ao contrário, julgavam que ela era a protagonista, atribuindo-lhe uma posição determinante.
Fonte: A Marquesa de Santos e o gosto pelo poder: de “favorita” à militante liberal
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