terça-feira, 8 de novembro de 2022

Marcílio Dias: O Capoeira Herói da Marinha Brasileira

 


O Imperial Marinheiro Marcílio Dias (1838-1865) foi um dos mais bravos combatentes da Armada Brasileira no Cerco de Paysandu e na Batalha Naval do Riachuelo.
Gaúcho nascido na cidade do Rio Grande, filho caçula de Pulcena Dias (filha de Manoel Ventura e Joana Dias, negros alforriados oriundos da Costa da África) e Manuel Fagundes, (marinheiro de naturalidade portuguesa). Marcilio Dias seguiu a carreira do pai português e foi para a escola de Grumetes situada no Rio de Janeiro por sugestão de sua mãe após ser detido pela polícia porque “jogava capoeira na frente de uma banda de músicos."

Aos 17 anos, em julho de 1855, Marcílio Dias ingressou na Armada Imperial como Grumete (Recruta), sendo Praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto do mesmo ano, seu primeiro batismo de fogo ocorreria nove anos depois
Ficou famoso o seu grito de 'vitória', quando subiu à torre da Igreja Matriz de Paysandú, durante o cerco a capital uruguaia em 1864 acenando para os seus companheiros com a bandeira do Brasil. Morreu em Combate na Batalha Naval do Riachuelo, no início da Guerra do Paraguai defendendo a corveta “Parnaíba” de uma ataque de marinheiros paraguaios.
Na Batalha travou uma luta corpo a corpo contra quatro inimigos, armado de sabre, abatendo dois deles. Na luta teve seu braço decepado na defesa da bandeira do Brasil. Os ferimentos sofridos causaram-lhe a morte no dia seguinte, 12 de junho, com apenas 27 anos de idade, sendo sepultado com as honras do cerimonial marítimo nas próprias águas do rio Paraná, em 13 de junho de 1865. Os sobrinhos de Marcílio Dias, Leopoldo Higino, e João Anastácio, também ingressaram na Marinha Brasileira após a Guerra do Paraguai
"Não pode Vossa Excelência calcular o efeito prodigioso causado pela artilharia em Paysandu destes quatro navios, (Araguay , Belmonte , Parnahyba e Ivahy) que fizeram calar todas as peças do inimigo . As pontarias foram dirigidas com uma precisão admiravel, que honram os nossos artilheiros navais. Foi tambem a bordo da Parnahyba que caiu morto, e horrivelmente mutilado, o intrepido marinheiro Marcilio Dias que já se havia tornado celebre sob meu comando em Paysandú , e que no convez da Parnaíba lutou braço a braço com 4 Paraguaios! A batalha do Riachuelo evidenciou a feliz escolha que fiz do Chefe Francisco Manuel Barroso" escreveu o Almirante Tamandaré sobre o marinheiro Marcílio Dias.
Marcílio Dias estava longe de ser um caso raro de marinheiro negro vestindo a farda branca da Marinha de Guerra. Milhares de homens, rapazes e garotos negros foram recrutados, alistaram-se voluntariamente ou estiveram inscritos nas escolas de aprendizes, por parte dos pais, tutores ou enviados por autoridades policiais e judiciárias. Na verdade, pelos dados que temos, tripularam a maioria das embarcações como marinheiros, cabos e sargentos.
Chamou a atenção das autoridades o comportamento disciplinar de Marcílio Dias quando vivo, por não encontrarem registros de aplicação de castigos nas páginas do Livro de Socorros. Anos depois sua morte, o marinheiro Marcílio Dias passou a ser um modelo a quem todos deveriam seguir dentro da Marinha Brasileira.
Manter a imagem, o símbolo, a bordo dos navios e reproduzir sua memória tornaram-se atraentes para os oficiais, que desejavam extinguir conflitos e castigos na Marinha. Isto não quer dizer que este fim fora previamente articulado. Na verdade, a memória de Marcílio Dias é iniciada notadamente no reconhecimento do que se esperava de um combatente, de um soldado, de um marinheiro. Eram aspirações puramente militares. Mas quarenta anos após sua morte, tornou-se um símbolo cada vez mais explorado por oficiais, políticos, membros de associações como um cidadão exemplar que pedagogicamente havia de ser passado aos demais
Após sua morte vários navios da Marinha Brasileira foram batizados com seu nome. Várias outras instituições, militares ou civis, em todo o Brasil, assim como ruas, praças, cidades e outros logradouros foram batizados com o nome de Marcílio Dias." Fonte: O Marinheiro Negro Marcílio Dias. As muitas memórias de um cidadão exemplar.

FONTE......... BRAZIL IMPERIAL via facebook

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