QUEM INVENTOU O AVIÃO?
Como disse o poeta Vinícius de Moraes: “O avião é mais pesado que o ar, tem motor a explosão e foi inventado por um brasileiro. E você quer que eu entre nele?” Mas será mesmo que o inventor do avião foi um conterrâneo nosso? É claro que estamos falando do mineiro Alberto Santos Dumont, chamado de “pai da aviação”. E também conhecido por aparecer nas fotos sempre de chapéu e, lógico, pelo seu bigodaço.
No entanto, existe uma polêmica no ar. Os americanos alegam que Dumont não é pai da aviação coisa nenhuma. No máximo, padrasto, e olhe lá. Na terra do Michael Jackson os gringos dizem que não tem pra ninguém: é irmãos Wright na cabeça. Será?
É bom saber que o ser humano já voava em balões e planadores quando Dumont e os brothers Wilbur e Orville Wright ainda brincavam de aviõezinhos de papel.
Mas em 1901 o brasileiro consegue dar uma volta na Torre Eiffel com um dirigível – uma espécie de balão, mas que pode ser controlada por um condutor. Por causa desse feito ele ficou conhecido mundialmente e virou um popstar lá na França. Mas não era um avião.
Já em 1903, os maninhos americanos, dois fabricantes de bicicletas, alçaram voo em um aeroplano numa praia da Carolina do Norte. O nome do “Teco-teco” era Wright Flyer. Poucas pessoas testemunharam o feito, que foi publicado no jornal Dayton Daily News. A máquina voadora deles teria viajado 260 metros em 59 segundos. Porém, precisava ser lançado por uma catapulta pra subir. Vale ou não vale?
Só que os caras não pararam por aí. Continuaram aperfeiçoando seu invento e em 1905 seu avião já conseguia realizar voos de 39 km, com total controle de direção e altura. Detalhe: não houve registro oficial desses voos. Uai! Por quê? Os manos não queriam revelar detalhes dos seus experimentos pra evitar que alguém copiasse, pois tinham a intenção de comercializar seus aviões pra algum governo. Mas a questão de precisar de uma ajudinha externa na decolagem era motivo de controvérsia.
Quando os rumores dessas proezas chegaram à Europa, uma cambada de gente foi tentar reproduzir a façanha, entre eles, Betinho Dumont. Em 23 de outubro de 1906, num concurso oficial, o aviador brasileiro voou cerca de 60 metros de distância subindo 2 metros de altura com o seu avião 14 Bis, no Campo de Bagatelle – Paris. Voo de galinha? Mas era uma máquina dotada de propulsão própria (não precisava de catapulta, rampa, trilhos ou coisa que o valha). Esse sim, foi reconhecido e homologado como o primeiro voo pela Federação Aeronáutica Internacional.
Pela proeza, o bigodudo brazuca embolsou um prêmio de 3 mil francos. Menos de um mês depois, em 12 de novembro, ele bateu seu próprio recorde: voou incríveis… 220 metros (a 6 metros de altura).
Em 1908, pra acabar com a dúvida (muitos achavam que os Wright eram picaretas), Wilbur foi pra França levando o seu Flyer e mostrou as fotos do voo de 1903. Depois, subiu o aparelho aos céus com recursos próprios e fez voos de mais de 100 km realizando manobras aéreas que deixaram a francesada de boca aberta.
A partir daí, os ventos começaram a soprar a favor dos americanos. Fora isso, a propaganda nacionalista dos Estados Unidos também não era/é fraca. Hoje, a maior parte do planeta considera que os irmãos Wright são os verdadeiros inventores do avião.
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