sexta-feira, 17 de maio de 2024

Imperatriz Dona Theresa Christina e suas duas filhas, Dona Leopoldina e Dona Isabel. Circa de 1850.

 

Daguerreotipo Inédito sobre vidro colorido, apresentando a Imperatriz Dona Theresa Christina e suas duas filhas, Dona Leopoldina e Dona Isabel. Circa de 1850. Recibo de aquisição, Galerie Koller, março 1983. Coleção Privada. Créditos a Gabriel Ronzani
"O Imperador Governa a Nação mas a Família quem governa é a Imperatriz.” era o que diziam os visitantes do Palácio Imperial de São Cristóvão.
O cotidiano da Imperatriz com suas filhas era, de certa forma, agitado. Ainda na década de 1860 ocorriam bailes e recepções organizados pela mordomia imperial. Se ouvia música na Quinta da Boa Vista, Dona Isabel, Dona Leopoldina e D. Pedro II tocavam violoncelo, a imperatriz cantava suas árias italianas.
Na vida social da corte, todos sabiam que a Imperatriz Dona Teresa Cristina era a figura dominante nos assuntos relacionados a música; quando perguntavam a Dom Pedro II algo sobre Opera que ele não sabia, ele logo dizia “falem com Teresa”.
“Os seus conhecimentos musicais superavam aos do seu marido.” Disse o Historiador Max Fleuiss.
A filha Isabel, nascida em 1846, casa-se em 1864 com Gaston d'Orléans, conde d'Eu; a segunda, Leopoldina nascida em 1847, uniu-se em matrimônio com Luís Augusto de Saxe Coburgo-Gotha, também em 1864. Unidas por um afeto profundo, as duas irmãs terão destinos diferentes: Isabel será lembrada pela história por ter assinado a lei que em 1888 sanciona a abolição da escravidão. Com a queda da monarquia, ela viverá no exílio, na França, até sua morte, em 1921, enquanto Leopoldina será morta pelo tifo em Viena, em 1871, com 24 anos.
Teresa Cristina também teve dois filhos homens: Afonso, em 1845, e Pedro Afonso, em 1848. Mas o primeiro havia morrido com dois anos de idade e o segundo, com poucos meses de vida. Na data de 12 de abril de 1856, a Imperatriz havia registrado, a chegada de uma carta da condessa de Barral, que iria se apresentar no palácio, em 31 de agosto do mesmo ano, para iniciar, em 9 de setembro, a educação das duas princesas, sendo nomeada também dama de companhia da imperatriz, apesar de a verdadeira confidente de Teresa Cristina ser Josefina Fonseca da Costa.
A Última Imperatriz Consorte do Brasil foi grande benemérita das Santas Casas e dos Orfanatos. Em 1857 foi nomeada juíza protetora da Santa Casa de Misericórdia, na época a principal administradora dos Hospitais, Asilos e Orfanatos. Teresa Cristina doava parte de seus recursos financeiros na Construção e Expansão de Hospitais, como o da Santa Casa de Misericórdia de Pernambuco e o Hospital Santa Teresa em Petrópolis. Em 1858 o orfanato Feminino Casa de Recolhimento Santa Teresa no Rio de Janeiro foi Inaugurado em sua homenagem.
Dona Teresa Cristina e sua filha, a Princesa Imperial Dona Isabel, nas datas de seus respectivos aniversários (14 de Março de 1822) e (29 de Julho de 1846) tinham como tradição entregar cartas de alforria em meio a cerimônias palacianas na câmara municipal do Rio de Janeiro. No dia do aniversário de 64 anos da Imperatriz (em 14 de Março de 1886), foram entregues 176 cartas de liberdade por sua filha Isabel como parte da solenidade, tudo financiado pela elite da corte Imperial. Esses fatos ajudaram a ganhar a alcunha de “Mãe dos Brasileiros”
No Brasil a Imperatriz foi sempre reverenciada e em sua homenagem foram batizados vários municípios, tais como Teresina (Piauí), Teresópolis (Rio de Janeiro), Cristina (Minas Gerais), Imperatriz (Maranhão), Cristinápolis (Sergipe), Santo Amaro da Imperatriz (Santa Catarina)
Max Fleuiss expressa o que foi d. Teresa Cristina para a memória dos brasileiros:
“Durante 46 anos que viveu entre nós, realizou Teresa Christina, a terceira imperatriz, o perfeito protótipo de virtudes cristãs, pelo que lhe coube esse título de Mãe dos Brasileiros, no consenso unanime dos corações [...]. Milhares de fatos poderiam ser aqui citados, si o respeito devido a sua santa memória não nos mandasse discretamente silencia-los. Quantos lares paupérrimos receberam, durante anos, o auxílio anônimo de uma ou duas centenas de mil réis, sem nunca terem sabido quem assim os socorrer com essa esmola"
Fonte: Teresa Cristina de Bourbon: uma imperatriz napolitana nos trópicos/ Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Página 107/TERESA CRISTINA: A Imperatriz, a mulher e as sombras do Segundo Império Brasileiro. De Lucas de Sousa Camargo/ Teresa Cristina Maria, uma Imperatriz "silenciada". Aniello Angelo Avella (Università di Roma Tor Vergata/UERJ).

FONTE  :    PAGINA    BRAZIL IMPERIAL     -  VIA  FACEBOOK

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