sábado, 11 de maio de 2024

Isabel Maria, Duquesa de Goiás, filha de Dom Pedro I

 

De todos os filhos que D. Pedro I ( Dom Pedro IV de Portugal) teve fora do casamento, a sua favorita foi, sem dúvida alguma, a bela Isabel Maria, Duquesa de Goiás.
Sua irmã, Maria Isabel de Bragança e Bourbon, Condessa de Iguaçu ( retrato) nasceu no dia 28 de Fevereiro de 1830, em São Paulo, durante o período em que a sua mãe, a Marquesa de Santos, se afastou da corte. Foi a quinta e última filha concebida e fruto do romance entre o imperador e Domitila de Castro Canto e Melo.
Maria Isabel recebeu o mesmo nome que sua quarta e falecida irmã, a Duquesa do Ceará, morta com dois meses de vida em 1828, de homenagem a filha falecida.
Domitila aguardou alguns meses para que Dom Pedro I reconhecesse a filha. Foi baptizada em casa da avó materna . No assento de baptismo foi declarada " exposta". Mentiu e disse que a menina fora abandonada diante da casa da avó.
Infelizmente, herdou do pai a epilepsia.
Sua formação segue o modelo europeu mais perfeito, ela foi instruída a aprender as regras tradicionais de etiqueta, assim como as suas irmãs.
Todos sabiam que Maria Isabel era fruto da relacção fora do casamento de Dom Pedro e a Marquesa dos Santos. Mesmo assim, ela foi criada para se tornar a Condessa de Iguaçu, título que nunca recebeu. Com o pai imperador, mãe marquesa e diversos irmãos e meio-irmãos herdeiros, ela cresceu para ser parte da nobreza. Porém, devido ao adultério do qual ela foi fruto, ela nunca recebeu nada de seu pai, seja título ou terra.
Ela recebeu vastas terras de seu meio-irmão Dom Pedro II do Brasil, dentre elas destacam-se vários pastos e cabeças-de-gado em Juiz de Fora, Ouro Preto, em seus distritos de Antônio Pereira, Cachoeira do Campo, Lavras Novas e Amarantina.
Maria Isabel casou-se em 1848 com Pedro Caldeira Brant , Conde de Iguaçu , com quem teve sete filhos;
Isabel Caldeira Brant (janeiro de 1849 - 19 de julho de 1849), morreu na infância;
Pedro de Alcântara Caldeira Brant (18 de novembro de 1850 - dezembro de 1868), casado com Maria Luísa Pereira de Brito, com descendência;
Luís de Alcântara Caldeira Brant;
Maria Teresa Caldeira Brant (11 de setembro de 1852 - 1875), casada com Charles Collins, com descendência;
Isabel Maria Caldeira Brant (7 de agosto de 1854 - 6 de fevereiro de 1884), casada com Antônio Dias Pais Leme, com descendência;
Deolinda da Conceição Caldeira Brant (4 de dezembro de 1858 - 27 de janeiro de 1921), casada com Claudiano Bonifácio dos Santos, com descendência;
João Severino de Alcântara Caldeira Brant, casado com Salviana Cândida Fortes, com descendência.
Não foi um casamento feliz. O temperamento da esposa não ajudava. Herdou o mau feitio e os impulsos, por vezes, grosseiros do pai. Nas discussões perdia a compostura .
O marido delapidou o património. Era viciado em jogos de azar e jogava nas cartas o que tinha e o que não tinha. Era um homem que gostava de festas e que alegadamente teve vários casos amorosos até mesmo com criadas da casa.
Alegando maus tratos , após 12 anos de separados, Maria Isabel em 1874 entrou com um pedido de divórcio que seria aprovado em 1876.
O fim de Maria Isabel chegou em 6 de setembro de 1896, a Condessa de Iguaçu faleceu aos 66 anos.

FONTES >

Lewin, Linda (2003). Surprise Heirs: Illegitimacy, inheritance rights, and public power in the formation of Imperial Brazil, 1822-1889. Stanford University Press. ISBN 0804746060.
Rangel, Alberto (1928). Dom Pedro Primeiro e a Marquesa de Santos (2 ed.). Tours, Indre-et-Loire: Arrault.
Rangel, Alberto (1984). Cartas de Pedro I à Marquesa de Santos. Editora Nova Fronteira.
Viana, Hélio (1968). Vultos do Império. São Paulo: Companhia Editora Nacional. Paulo Rezzutti)

Nenhum comentário:

Postar um comentário