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Os tardígrados podem literalmente interromper seu envelhecimento por décadas — e acabamos de descobrir como roubar seu segredo.
Pesquisadores finalmente decifraram o mecanismo molecular que permite que os tardígrados entrem em seu lendário "estado tun" — uma forma de animação suspensa na qual param completamente de envelhecer e podem sobreviver por décadas sem comida, água ou mesmo oxigênio. Ainda mais emocionante, cientistas introduziram com sucesso proteínas de tardígrado em células humanas, onde desaceleram o metabolismo e potencialmente prolongam a vida útil celular.
Os tardígrados, animais microscópicos também conhecidos como ursos d'água, são as criaturas mais indestrutíveis da Terra. Eles podem suportar o calor e a pressão ao redor de fontes hidrotermais profundas, suportar temperaturas próximas ao zero absoluto e suportar milhares de vezes a radiação que mataria um ser humano. Mas sua habilidade mais notável é entrar no estado tun quando as condições se tornam desfavoráveis.
O avanço veio quando os pesquisadores descobriram que os tardígrados possuem uma espécie de interruptor molecular que aciona um estado de dormência resistente. Durante esse processo, seu metabolismo desacelera para menos de 0,01% dos níveis normais, seus processos celulares essencialmente param e eles podem permanecer nesse estado por até 30 anos, mantendo a capacidade de se recuperar completamente ilesos.
Cientistas identificaram as proteínas específicas responsáveis por essa incrível capacidade e as transferiram com sucesso para células humanas em experimentos de laboratório. As proteínas dos tardígrados fizeram com que as células humanas desacelerassem drasticamente seus processos metabólicos, mantendo a integridade celular – essencialmente criando células humanas resistentes ao envelhecimento artificial.
A controvérsia reside nas implicações para a pesquisa sobre longevidade humana. Se pudermos aproveitar os mecanismos de sobrevivência dos tardígrados, os humanos poderiam entrar em animação suspensa temporária para viagens espaciais, procedimentos médicos ou simplesmente para prolongar a vida? As questões éticas são impressionantes: quem teria acesso a essa tecnologia e o que significaria para a sociedade se o envelhecimento pudesse ser interrompido à vontade?
Pesquisadores também descobriram que algumas espécies de tardígrados produzem pigmentos chamados betalaínas, que neutralizam os efeitos nocivos da radiação UV, juntamente com proteínas que aceleram o reparo do DNA. Esses mecanismos poderiam ser potencialmente adaptados para uso humano na proteção contra danos causados pela radiação e deterioração celular relacionada à idade.
A pesquisa está caminhando para aplicações clínicas, com cientistas explorando se tratamentos inspirados em tardígrados poderiam ajudar a preservar órgãos para transplante, proteger astronautas durante longas missões espaciais ou até mesmo retardar o envelhecimento em humanos. Estamos essencialmente aprendendo a tomar emprestados os superpoderes de sobrevivência dos animais mais resilientes da Terra.
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