terça-feira, 16 de setembro de 2025

VOCÊ SABE O QUE ERA O GASOGÊNIO ...

 




Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos, assim como diversas nações, enfrentaram a escassez de combustíveis fósseis. A prioridade era clara: cada gota de gasolina deveria seguir para o front, abastecendo tanques, aviões e comboios militares. Para a população civil, restava improvisar.


Foi nesse contexto que o gasogênio (ou “wood gas generator”) passou a ser adotado. Embora o conceito de produzir gás combustível da madeira remonte ao século XIX, foi somente na década de 1940 que ganhou notoriedade mundial. Em 1942, os EUA chegaram a testar modelos para veículos civis, embora a Europa fosse onde mais se espalhou.
Tecnicamente, o sistema funcionava por gaseificação da biomassa: pedaços de madeira ou carvão vegetal eram queimados em um recipiente metálico fechado, em baixa presença de oxigênio. Esse processo gerava uma mistura de gases combustíveis monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H₂) e metano (CH₄) que, após filtrados e resfriados, eram enviados para o motor de combustão interna.
Consumo médio: cerca de 1 kg de madeira para cada 1 km rodado.
Potência: queda de até 40% em relação à gasolina.
Velocidade média: limitada a 40–60 km/h.
Tempo de preparo: o motorista precisava aquecer o sistema por 10 a 15 minutos antes de sair.
Estima-se que, em 1942, mais de 1 milhão de veículos na Europa, entre carros, caminhões e tratores, já usassem o gasogênio. Países como Alemanha, França, Itália, Suécia e até mesmo o Brasil (com adaptações em ônibus e caminhões) investiram na tecnologia. Nos EUA, apesar dos experimentos, o sistema nunca se popularizou amplamente, mas se tornou símbolo de engenhosidade em tempos de crise.
O gasogênio foi, portanto, uma resposta direta à escassez da guerra. Uma tecnologia improvisada, pesada e pouco prática, mas que permitiu que a vida civil continuasse em movimento enquanto os recursos principais estavam destinados às batalhas. Hoje, cada exemplar sobrevivente conta uma história de criatividade e resiliência diante da necessidade.
Créditos: Página Tchê

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