O mega iceberg conhecido como A23a está se desintegrando rapidamente em águas mais quentes e pode desaparecer completamente em poucas semanas.
Este enorme bloco de gelo se desprendeu da Antártida em 1986 e ficou preso ao fundo do mar por mais de três décadas antes de retomar seu movimento em 2020.
No seu ponto máximo, A23a pesava quase um trilhão de toneladas e tinha mais de duas vezes a área da cidade de Nova York. Ao se deslocar para o norte, em direção a águas mais quentes e mares mais agitados, o iceberg começou a diminuir de tamanho rapidamente. Imagens de satélite indicam que ele agora possui menos da metade do tamanho original, com cerca de 1.770 quilômetros quadrados, e continua a se fragmentar de forma acelerada. Nas últimas semanas, enormes pedaços equivalentes a cidades inteiras se desprenderam, enquanto fragmentos menores, ainda grandes o suficiente para representar risco a embarcações, permanecem ao redor.
Segundo especialistas, A23a está “apodrecendo por baixo” e pode desaparecer totalmente em questão de semanas. Durante sua longa trajetória, passou pela ilha Geórgia do Sul no início deste ano, gerando temporariamente receio de que pudesse bloquear o acesso a áreas de alimentação usadas por pinguins e focas. Felizmente, seguiu seu curso sem causar grandes impactos. Cientistas se surpreendem que o iceberg tenha resistido tanto tempo, já que a maioria não consegue alcançar distâncias tão grandes.
O tamanho gigantesco de A23a contribuiu para sua longevidade, mas mesmo isso não foi suficiente para resistir às temperaturas mais altas do oceano e às ondas fortes. Quando um iceberg deixa a proteção do frio extremo da Antártida, seu derretimento é apenas uma questão de tempo.
A fragmentação de A23a faz parte do processo natural chamado “calving”, no qual grandes blocos de gelo se separam da plataforma de gelo da Antártida. No entanto, os cientistas alertam que esses eventos estão se tornando mais frequentes, provavelmente devido às mudanças climáticas. Com o aquecimento dos oceanos, o gelo se rompe mais rapidamente, contribuindo para a elevação do nível do mar e afetando ecossistemas.
Fonte: Relatório do British Antarctic Survey (BAS), setembro de 2025.
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