Historicamente, a vida caipira teve início com o bandeirismo, um movimento de desbravamento do interior do Brasil e da América do Sul por sertanistas paulistas a partir do século XVI. Antonio Candido definiu como Paulistânia todo o eixo de expansão e difusão da cultura bandeirante.
O termo "caipira", de origem na língua geral paulista, influenciado provavelmente pelos termos "kai'pira", "ka'apir", "ka'a pora" ou "kopira", da língua tupi, originalmente designa, desde os tempos coloniais brasileiros, o morador da roça, o "cortador de mato" , populações da antiga Capitania de São Vicente (posteriormente Capitania de São Paulo), que hoje são os estados de Santa Catarina, Paraná,[Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, Rondônia e Rio Grande do Sul, e também partes do sul do Rio de Janeiro, como Paraty, que fazia parte de São Paulo até 1727.
Vamos por isso encontrar clans paulistas do seculo XVII nos campos de Curitiba, no rio das Velhas, no vale do São Francisco, no Piauí-Maranhão, na Paraíba. Arraiais com o nome de "Paulista" permaneceram, na maioria das capitanias, por vestigio do bandeirante.
Em geral a sua padroeira era Nossa Senhora da Conceição; pois, com esta invocação, havia no Brasil há meio seculo 213 localidades. Graças arrancada paulista perdeu a Espanha Santa Catarina, as missões jesuiticas do Uruguai, que chegaram a limitar-se pelo Paranapanema, o Mato Grosso pela linha do Guaporé.”
O tipo humano do caipira e sua cultura tiveram sua origem no contato dos colonizadores brancos bandeirantes com os nativos ameríndios (ou "gentios da terra", ou "bugres") e com os negros africanos escravizados. Os negros de São Paulo eram na sua grande maioria provenientes de Angola e Moçambique, ao contrário dos negros da Bahia na sua maioria provenientes da Costa da Guiné.
O termo "caipira" é frequentemente utilizado no Brasil de forma pejorativa e estereotipada para as populações sertanejas.
Fonte: História da Civilização Brasileira. De Pedro Calmon. Imagem: Habitantes de Minas Gerais. Ilustração Moritz Rugendas.
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